Reconheço que falar sobre suicídio é particularmente desafiador, como tantas outras situações de vulnerabilidade psicológica que vivemos no dia-a-dia, mas que preferimos não enxergar.
Sempre que ouvimos a notícia que “alguém” se suicidou, vem sempre perguntas do tipo.. “como teve coragem?”, “porque fez isso?”, “mas ela(e) tinha tudo?”, “parecia ser tão feliz?”, e tantas outras, fica sempre uma incógnita diante do fato.
Jamais saberemos os reais motivos que levam uma pessoa a se suicidar, mas podemos dizer que o suicídio é um verdadeiro “desmoronamento do EU” ou até mesmo a perda total da auto estima ou também pode ser uma resposta a uma culpa persecutória que o próprio indivíduo escolhe para si mesmo, através da morte.
O suicídio raramente é uma decisão repentina, na maioria dos casos o suicídio é algo planejado, a pessoa constrói um plano, estabelece uma data, define um método, antes de tomar uma decisão definitiva.
Porém a impulsividade é uma característica da personalidade que interfere na tomada de decisão e leva o indivíduo a se auto-destruir, tendo como consequência a sua morte.
Para algumas pessoas em determinados momentos da vida, pensar na morte como a única saída para uma situação de sofrimento, talvez possa ser a solução mais viável naquele momento.
A “dor emocional” que muitas pessoas sentem diante de um “vazio existencial”, é algo inexplicável, acredito que não cabe a nós julgar e sim ajudar sempre que for possível.
“O suicida na verdade não quer se matar, mas quer matar a sua dor”
Augusto Cury
Sinais de Alerta de um possível comportamento suicida, fiquemos atentos:
• Tornar-se uma pessoa depressiva, melancólica (apresenta uma grande tristeza, desesperança e pessimismo, chora sistematicamente);
• Falar muito acerca da morte, suicídio ou de que não há razões para viver, utilizando expressões verbais tais como “Não aguento mais”, “Já nada importa”, ou “Estou a pensar acabar com tudo”;
• Demonstrar uma mudança acentuada de comportamento, atitudes e aparência;
• Ter comportamentos de risco, marcada impulsividade e agressividade;
• Aumento do consumo de álcool, droga ou fármacos;
• Afastamento ou isolamento social;
• Insônia persistente, ansiedade ou angústia permanente;
• Dificuldades de relacionamento e integração na família ou no grupo;
• Insucesso escolar (por exemplo, quando antes era aluno interessado), entre outros.
Por Adriana Lobo