Falsos Egos (continuação)

 O Orgulhoso – Muitos de nós confundem Auto-estima com orgulho. Isso é um erro grave, decorrente de uma falsa concepção de Auto-estima. O pecado do orgulho é traduzido como sentimento excessivo de superioridade, indo às vezes, até o desprezo dos outros.

Os entendedores e especialistas dizem que é Complexo de Superioridade e que este culto desmedido do ego, vem de um forte sentimento de insegurança. Apesar que o orgulhoso se defende de um sentimento inconsciente de inferioridade.

Por reação, luta fortemente contra o sentimento de inaptidão, e desta forma, vemos sua aparência de arrogante e presunçosa.

O Sedutor – Usa o charme para manipular e dominar suas conquistas. Prefere seduzir a trabalhar dignamente para viver e merecer a aprovação dos demais. Quando jovem, o convenceram de que sua beleza e sua gentileza era o suficiente para obter tudo que desejasse, mas esqueceram de ajudar a desenvolver as suas aptidões.

Sempre ouvimos histórias de que, por exemplo, mulher bonita, bela e gentil não tem necessidade de trabalhar e que sempre haverá um príncipe charmoso que as fará viver bem. Mas a vida sempre encarregou de mostrar o contrário, além de que as desilusões são tantas e incontáveis.

A Auto-estima Artificial – É a forma falsa de se sentir importante, em função de seus bens ou de sua influência. Ter carros de luxo ou uma casa grande, fazer parte de um seleto clube , gozar de privilégios. Tudo isso “incha” o ego até levar as pessoas a acreditar que tenham uma Auto-estima sadia. Isso é uma grande e perigosa ilusão. Vantagens exteriores nada tem a ver com Auto-estima, que é uma disposição interior.

O estilo de vida que levam, não acarretam necessariamente um Auto-estima sólida e sadia.

Lembremos que Auto-estima é o sentimento de amar a si mesmo, de ser amado, de ser competente e útil aos outros.

O Obcecado pelo Trabalho – Sendo o oposto do sedutor, o obcecado pelo trabalho teve na sua infância educadores que confiaram muito nele e lhe deram um número grande de desafios, mas deixaram de demonstrar gratuitamente afeição a ele. Lhe deram carinho e sinais de atenção somente para recompensá-lo por sua conduta e êxitos. Ele foi levado a confundir sinais de afeição com sucesso.

Passaram a acreditar que o amor dos pais não são gratuitos e sim que é necessário ganhá-los.

O obcecado pelo trabalho acreditou ou confundiu admiração com amor, e que, por causa disso, se transformou em um trabalhador compulsivo. Ele crê que nunca fará o suficiente, já que sua frustração com a ternura foi crônica.

O Incapaz – O incapaz cultiva um sentimento totalmente oposto ao a autoconfiança. Sua ilusão é acreditar que se mostrando fraco, estúpido e incompetente, sempre haverá alguém de bom coração que o ajudará e vai tirá-lo das dificuldades.

“Não sou capaz” e “É sempre minha culpa” são suas palavras de ordem, afinal está convencido de que sua incapacidade em tudo, ou quase tudo, o torna vítima do azar. Em resumo, aplica toda a sua inteligência em evitar tarefas ao invés de se esforçar para cumpri-las.

São pessoas condenadas a pensar que são fracassadas e perseguidas pelo azar, que são fadadas a esse destino. Por exemplo, a mulher que terminou seu terceiro casamento, diz, se eu casar de novo tenho certeza que não vai certo.

O Envergonhado – Vamos distinguir culpa de vergonha. O sentimento de culpa leva a um estado de uma pessoa consciente ter agido mal, isto é, violou uma regra moral com conhecimento de causa. A vergonha é o sentimento penoso da própria indignidade, parece ter a alma manchada.

A culpa sendo reconhecida e se junte o desejo de repará-la, basta para dissipá-la, o que não é o caso da vergonha, pois é uma sensação quase fisiológica de sujeira na alma, que se ganha ao reconhecer o fracasso de um erro cometido.

Para resolver isso, a vergonha, não basta confessar, é necessário fazer quase um “rito de purificação” para desaparecer a sujeira.

Por Edson Cavichioli

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