Se você frequentemente se encontra desta maneira:

-bebendo muito;

-brigando;

-tendo casos;

-culpando ou

-humilhando;

-etc;

 

ou até se seu corpo se mostra continuamente no limite, como por exemplo:

-mandíbula tensionada;

-rigidez pelo corpo;

-pescoço tenso;

-etc;

a raiva oculta pode estar envolvida neste processo. Ao contrário do que você aprendeu quando criança, a raiva não é uma coisa totalmente ruim. Embora possa parecer desconfortável ou até doloroso, a raiva pode ser boa para você se você souber o que fazer com ela e principalmente detectar quando ela emerge.

No processo de Psicanálise, onde o foco central da análise é o inconsciente, você pode aprender muito mais sobre quem você é, muito além do que realmente imagina que poderia, como por exemplo as suas necessidades, seus limites reais e seus valores profundamente introjetados. As expressões de raiva pode lhe mostrar o caminho para proporcionar um conhecimento sobre si mesmo que o ajudará a formar laços mais estreitos com os outros, aumentar a intimidade com seu parceiro e criar uma vida mais feliz e gratificante para si mesmo. Até esse ponto chegar, a expressão de raiva, quando não compreendida, no final, pode lhe proporcionar um sentimento bem conhecido: A frustação.

Antes que você possa entender melhor os benefícios que raiva pode lhe proporcionar, é importante entender a diferença entre como você se sente emocional e fisicamente para quando está com raiva e como você responde a esses sentimentos. Embora a resposta à sua expressão de raiva possa ser bem destrutiva, a emoção em si pode ser mais útil do que se pensa, podendo contribuir muito no final, quando analisado profundamente na formação de um relacionamento mais saudável.

Quando você experimenta, processa e analisa honestamente sua raiva, em vez de apenas reagir a ela e estar possuído por algo que pode se arrepender no futuro, você ganha a consciência necessária para identificar a sua causa. Seja uma necessidade não atendida, um limite cruzado, não importa, este é o primeiro passo para transformar o que sempre parecia uma emoção negativa em uma ferramenta positiva.

Quando você é tratado sem pensar, criticado, desrespeitado ou invalidado, ou se sente abandonado ou rejeitado, pode entrar no modo de lutar ou fugir. Cuidado! Seu corpo grita: “você está sendo ameaçado!” Sentir-se seguro no mundo significa não ter seus limites físicos e do ego ameaçados e, quando para você, eles estiverem, é natural neste caso que a raiva surja. Então, a mandíbula tensionada, o consumo excessivo de álcool podem ser o resultado de que você esteja atravessando uma fronteira que nem mesmo você sabia que tinha.

Em vez de reagir a um limite ameaçado de maneira destrutiva, se você puder se acalmar e tentar ver o que está por trás desse véu que a raiva esconde, poderá lhe ser muito útil. Agora pense na última vez em que sua raiva foi desencadeada e pergunte a si mesmo: O que foi que me assustou? Observe que a pergunta inicial é o que e não quem!

Eu respondi de uma maneira que ajudaria meu relacionamento e eu no longo prazo? Algo precisa mudar para alinhar melhor minhas ações com o que eu realmente quero?

Ao responder a essas perguntas iniciais, você começará a aprender mais sobre seus próprios limites e dificuldades, ou seja, o que você pode tolerar e o que faz e o que não é bom para você. Quando você se conhece melhor, você e todos ao seu redor se beneficiam com o resultado desse processo.

Mas atenção, pois algumas das mensagens que a raiva transmite têm a ver com necessidades não atendidas. Sua família ou seu parceiro podem atender às suas necessidades físicas básicas (comida, abrigo, roupas, etc), mas se elas também não atenderem às suas necessidades emocionais, seus impulsos de briga ou fuga e raiva podem ser acionados instantaneamente.

Todos nós temos as mesmas necessidades emocionais básicas e curiosamente algumas delas começam com a letra A:

-Acessibilidade;

-Atenção;

-Afeição;;

-Apreciação;

-Aceitação;

Somos seres sociais e, naturalmente sentimos impelidos a formamos vínculos com nossas famílias, amigos e parceiros. Você confia neles para se interessar pelo que diz e faz, para se preocupar com o seu bem-estar e para receber o apoio deles. Você precisa deles para atender às suas necessidades emocionais e, quando não o fazem, a raiva aparece. Se você conseguir identificar quais de suas necessidades não estão sendo atendidas, poderá lhe ajudar no processo início do processo de autoconhecimento.

Se você não identificar seus próprios limites, não poderá respeitá-los e, se não identificar suas próprias necessidades, não poderá expressá-las para outras pessoas. Depois que você começar a reconhecer o que desencadeia sua raiva e observar o que está por trás dela, poderá estabelecer limites e aumentar a satisfação em seus relacionamentos e em sua vida.

Assim, o benefício do processo de autoconhecimento com auxílio de um Psicanalista, poderá lhe proporcionar uma sensação de bem estar, uma maior autonomia frente suas emoções e uma conexão maior com as pessoas ao seu redor, tudo isso com você realmente no controle de sua vida.

Como é duro odiar os que se gostaria de amar” – François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudônimo de Voltaire (21/11/1694 — 30/05/1778), escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.

 

Por Gláucio Parazzi

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